sábado, 24 de dezembro de 2011

Chuk Sung Tan ♥ #15 - Have a little faith in me*



Há um ano atrás a véspera de natal foi marcada pelo "empacotamento" de um mês de vida em Leiria! Todo o orgulho ferido acumulava-se na garganta e no coração, deixando brotar um sorriso e um optimismo característico de quem não sucumbe às adversidades. Mas eu estava feita em mil pedaços! Aprendi, naquela casa, o valor e o poder do silêncio. Mesmo não sendo uma pessoa de "viver sozinha", desmanchar toda a vida que dei àquele espaço fez com que um pouco de mim lá fosse deixado. Desligar as luzes da árvore de natal originou alguma lágrimas escondidas. De cada vez que fazia o trajecto casa-carrinha, fugiam-me outras tantas. Custou muito. Custou mais, dada a altura que era. Natal para mim sempre foi sinónimo de fé e esperança, em nós e nos outros. E eu estava a viver a completa falta disso! A incompreensão, a injustiça e a falta de fé naquilo que eu era e que podia ser e dar no futuro profissional.
Um ano depois, a véspera de natal vai ser passada, felizmente!, no meio de tachos e panelas, a criar a magia de Natal para quem sempre esteve a meu lado durante mais este obstáculo. Felizmente as luzes da árvore de natal estão ligadas, o presépio grande feito, a estrela que nos guia foi oferecida e colocada no topo da árvore. A tradição de dormir de 23 para 24 na sala, "debaixo" das luzes de natal também foi cumprida. As prendas pequeninas, mas cheias de significado, ganham vida ao pé da lareira e vão-se ouvindo músicas de Natal e outras que lembram o Natal. Reina a paz e os sorrisos, o coração está calmo e não há viagens atribuladas pela A1 (até ver!). 
No entanto, o sentimento de falta de fé naquilo que sou, por parte de terceiros, ironicamente, ainda se mantém. Pudesse eu trocar todo o material que me vem parar às mãos amanhã, pela mudança desta situação, e eu o faria! Não que seja decisivo na minha felicidade tal reconhecimento. Mas ajudava a continuar a acreditar na veracidade do que, um dia, vivi, senti e ouvi.
Quem sabe não seja só o meu lado perfeccionista a falar. Quem sabe não seja só a minha necessidade de resolução. Não sei o que será... mas é algo que vem de dentro, do mesmo coração que há um ano se encontrava desfeito e não cedeu!  E acreditou, e arriscou e foi feliz.



Sem dúvida que o espírito natalício que perdi no ano passado, dado o sem número de coisas a que dedicava mais tempo, este ano foi vingado! Aprendi na "Escola do Presépio" a verdadeira razão para vivermos o Natal. 
Recolhi todo o amor que ainda restava dentro de mim e cultivei-o. Reguei-o com sentimentos de conversão e perdão permanentes. Fui dotando-o de palavras fortes e verdadeiras que fazem jus à imensidão que o caracteriza. Dotei-o ainda de esforço e perseverança, trabalho e dedicação bem como de simplicidade, delicadeza, aceitação, determinação e confiança. Espero agora que ele nasça, mais forte que nunca, porque "os nascimentos, a vida que se faz existência, são motores de realização e felicidade". E nascer ou renascer só tem um propósito: salvar... por amor e para amar! 



Um dia, acabarei por ter a certeza que nos salvaram. Não nos afastaram nem nos feriram para sempre. Deram-nos somente a hipótese de viver um amor renovado, mais consciente e mais maduro... enquanto pessoas, enquanto melhores pessoas!*
Basta ter um pouco de fé, não no que aparentamos ser... mas no que somos, verdadeiramente!*


1 comentário:

Ju disse...

Adorei este texto! Valeu a pena lê-lo!
Feliz Natal minha querida*