segunda-feira, 12 de dezembro de 2011



Escrevo para me recordar, sistematicamente do que devo fazer, em vez do que faço. Escrevo para registar conselhos que voam perdidos e que chegam até mim, sem uma razão lógica aparente. Escrevo para tornar reais as mágoas e as alegrias. Escrevo para, mais tarde, perceber que ainda tenho muito a melhorar. Escrevo para melhorar. Escrevo para ver que também eu sou humana, que também eu mereço errar, que também eu mereço ser perdoada. Escrevo para não querer voltar a errar. Escrevo para acompanhar o meu crescimento. Escrevo para me confrontar, diariamente, com aquilo que sou... e que nem sempre é o melhor! Escrevo para mais tarde sorrir, escrevo para mais tarde chorar. Escrevo para ser verdadeira comigo. Escrevo para ver que valho muito e que ao mesmo tempo não valho merda nenhuma. Escrevo para perceber que tanto sou uma doçura como a maior amargurada do planeta. Escrevo para me recordar que sou inconstante mas fiel aos princípios que defendo. Escrevo para querer ultrapassar a minha mania da perfeição e do politicamente correcto, a mania de querer tudo à minha maneira (drama!). Escrevo para encontrar a melhor forma de respeitar, ainda mais, os outros. Escrevo para tornar audíveis os meus devaneios. Escrevo para perceber os meus sentimentos. Escrevo para me ir curando, para me transformar novamente na graciosidade que era. Escrevo para digerir a mágoa e para tentar que ela não me consuma. Escrevo para eternizar os momentos vividos e os sonhos que pretendo realizar. Escrevo para me aperceber que me vou realizando. 

Porque nada do que verbalizo tem intenções de ficar somente pelas palavras. No entanto, nem sempre há a persistência ou a confiança necessárias para que se transformem em acções. E o bom de escrever é mesmo isto: poder reler, em qualquer altura, o que foi registado e ter a possibilidade de tornar real. Nem sempre é não querer... por vezes é tão somente não poder!

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