sexta-feira, 2 de novembro de 2012








1 de Novembro de 2012. O dia em que tornei ao coliseu do Porto, desta vez para ver o (suposto!) último concerto dos Ornatos Violeta no Porto. Inesperadamente, ficámos longe da confusão da plateia. Sentámo-nos bem lá no alto, numa das galerias, com vista privilegiada sobre todo o coliseu. Arrepia a imagem de uma multidão a fazer eco das músicas que, sucessivamente, se ouviam. Arrepia o mar de braços, o mar de sorrisos, o mar de paz que se fazia sentir. Arrepia a (quase!) certeza de um fim premeditado e anunciado. Música após música nasce a ansiedade sobre se será, ou não, a última a ser ouvida. Promete-se eternizar uma voz e um projecto sem igual, que dá voz às incertezas, às incoerências, às dúvidas existenciais de muitos corações. Mais que tudo, é um projecto português que, este ano, esgotou por 6 vezes os coliseus. Por instantes tive a óptima sensação de que o coliseu iria abaixo tal era o poder sonoro de palmas, pés a bater e vozes a soar conjuntamente. Há momentos inesquecíveis que deixam marcas eternas numa vida. E este concerto foi um deles. "Uma chaga para lembrar que há um fim."



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