quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quando o meu lobo branco ganha!*



Acho que se a felicidade tivesse som, seria exactamente este! Não consigo imaginar-me a ouvir isto sem brotar um sorriso, por mais tímido que seja. Não consigo imaginar-me a não sentir o coração envolvido em calor. Não consigo imaginar-me estática mas antes com um contorcer discreto de todo o corpo ao sabor deste ritmo simples e delicioso. 
Ontem disseram-me que a felicidade reside no que é habitual, no que é familiar. Tive que concordar para, logo depois, pensar "afinal, onde é que reside a minha felicidade?" Cheguei à conclusão que só pode residir nas músicas que oiço diariamente, nos rostos que encaro e que cumprimento pela manhã, nas piadas das minhas criaturas de quase 5 anos, na determinação inconsciente da minha avó, na luta diária dos meus tios, na paciência dos meus pais, nas músicas e palavras oferecidas por alguns amigos e na valorização do que faço e do que sou por outros, na companhia que dou e que recebo, nas longas conversas, nas lágrimas afagadas, na criação de novos projectos e no arriscar para os fazer dar certo. Só pode residir nas lições que me chegam através de post-it's, de fotos ou de séries, nos artigos das revistas que leio numa qualquer esplanada, no campo de mini-golfe quando pontuo ou na imagem que vejo reflectida no espelho e que me vai alegrando, dia a dia, por ousar não desistir. Só pode residir na paz que sinto quando coloco a cabeça na almofada, apago a luz e fico, a sonhar acordada, por uns 5 minutos antes de adormecer. Reside, ainda, nas feridas que vão sarando, e na fé que me assola, sussurrando ao meu ouvido que tudo vai melhorar. Mesmo no vazio que sinto por não ser totalmente preenchida, me sinto feliz... porque decidi que é ele que me vai habitar agora, por um tempo. Não há pressas, não tem que haver. Não há pressão nem expectativas... só há o que se é. E o que se é leva-nos a ser autênticos: leva-nos, por exemplo, a parar no MC Drive, a pedir um cheese e uma caixa de quatro e a vir, caminho fora, a comer, a cantar e a apreciar o luar, como se nada mais importasse... só porque traz felicidade!

E, com certeza, todos nós já reparamos que temos duas mãos. Enquanto alguns as utilizam para se ajudarem somente a eles próprios, há quem se lembre que, para si, chega apenas uma. Enquanto esta felicidade que me inunda tiver um pouco que seja dos outros, a minha mão estará livre para ajudá-los a criarem a sua felicidade também. 
Assumo que, infelizmente, não posso ajudar todos aqueles que gostaria. Não me cabe, somente a mim, tal decisão. Mas não deixo de pensar neles, todas as noites. Não deixo de pedir para que estejam a ser bem tratados e amados. Não deixo de almejar que os seus sonhos brotem o mais rápido possível. Mesmo que não apertem e segurem a mão estendida, não significa que ela não esteja lá. Porque está. Aberta. Como sempre esteve. Como sempre estará.

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