...acredito, cada vez mais, nessa coisa de viver um dia de cada vez! Antes fazia um esforço enorme para levar esta situação à risca, no entanto, a minha cabeça enchia-se de planos para o futuro e exageros exacerbados do presente. Se tudo não fosse vivido hoje, o amanhã poderia não existir, levando-me a querer mais do que aquilo que podia realmente abraçar. Hoje considero, dado o conhecimento que possuo na actualidade, que viver um dia de cada vez é mais que querer viver tudo hoje. É pensar que o hoje é o tempo que verdadeiramente temos para fazer o que quer que seja que ansiamos. Só temos o hoje.
Fazer planos para o futuro não tem mal nenhum, desde que esses mesmos planos não condicionem o que estamos a viver agora. Desde que o medo da desilusão com esses planos, ou a impossibilidade de criar novos ou até mesmo a incapacidade e falta de forças para adaptar os existentes não nos façam desistir daquilo que um dia teve sentido.
Eu sei que muitos são cépticos em relação à esperança, à fé e até à própria mística do universo mas, isto tudo, existe. E é traduzido por uma simples atitude: acreditar e fazer acontecer.
E como é que isto se processa?! Pega-se em toda a informação, circunstâncias, maturidade, objectivos, receios e desejos que existam e traçamos um plano. Só podemos contar com aquilo que temos. Não percamos tempo com aquilo que queríamos ter e, neste momento, não é possível. Hoje poderemos ter que sacrificar sonhos para criar outros que nem sequer pensávamos que comportávamos em nós mesmos. E, como a vida acaba por devolver tudo a quem de direito, acabará por arranjar um jeito para voltarmos ao caminho que sempre quisemos.
Já vivi tempo suficiente para perceber que não há mágoa que dure para sempre, que há sempre uma solução para cada problema, que as nossas lutas só surtirão efeito se nos permitirem a tal, que quando os corações estão fechados não há solução vinda de fora, por mais certa que esteja, que vá mudar o óbvio. Já vivi tempo suficiente para perceber que nada deve ficar por dizer, que a distância nem sempre separa e que o amor não morre porque nos desiludimos. Já vivi tempo suficiente para garantir que algo que pareça morto hoje e sem resolução à vista é passível de renascer e se tornar melhor amanhã. Como os dias mudam, as circunstâncias mudam e nós crescemos. Não tenhamos medo de mudarmos as nossas decisões porque estamos sempre a aprender, dia após dia. Aprendamos a praticar a humildade e a compreensão, promovendo a comunicação e o esclarecimento de factos sempre que possível.
É bom conversarmos, é bom nos conhecermos, é bom nos interligarmos. É bom descobrir, ao longo de uma vida, que há sempre este desafio do conhecer sempre mais. E a beleza que é quando conseguimos, pouco a pouco, aperfeiçoarmos as nossas falhas! Não vai haver nada imutável. E, dado isso, também não podemos nos sujeitar a tal! Nem sempre podemos apanhar a auto-estrada... às vezes temos que nos sujeitar a nacionais e, outras vezes, até mesmo a desvios e "caminhos de cabras"!
E a ti, só te deixo esta nota: se me questionasses agora que NÓS gostaria eu de viver, responderia ESTE NÓS. Este nós que finalmente está a parar para redefinir prioridades, este nós que não se sujeita ao supérfluo, este nós que começa a saber verdadeiramente o que quer. Este nós quebrado e ferido que percebe que tem limites. Este nós que dá passos pequenos. Este nós que tem capacidade para ouvir. Este nós que está mais maduro. E tem sido assim em todos os momentos menos bons! E tem sido assim em toda a minha vida... Gosto de crescer mas nem sempre o faço da melhor forma.
Com ainda mais certeza te diria que para viver o que quer que seja não é preciso rótulos, nem tem que ser o lógico para os outros. Diria que as promessas que fiz, até ao dia que deixarem de fazer sentido, serão passíveis de serem realizadas sem pensar duas vezes.
As pessoas sempre partem da minha vida... mas eu continuo a persistir na alegria do dia em que acabarão, simplesmente, por ficar... sem porquês, só porque sim... porque eu mereço, porque valho a pena e porque sou prioridade!*
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