sábado, 2 de novembro de 2013

A minha vida dá um wallpaper! #4



Muitos tendem a renegar esta tradição porque não é tradicionalmente portuguesa, como dizem. Eu, desde que me lembro, sempre a celebrei na escola e durante o dia. Tínhamos permissão para levar fatos alusivos ao tema e era um dia de avacalhanço total. Havia um concurso interno para ver quem ia mais hardcore, que naquela altura limitava-se a quem ia o mais horroroso possível. Quando passei para o 2º ciclo, eu e mais um grupo de amigos, criamos a parte nocturna da celebração. Encarnávamos as personagens de uma forma mais séria e, finda a recolha dos doces, que ainda durava umas horitas, íamos dividir os mesmos para a porta do cemitério que era para tentar dar um ar mais medonho ao acto. De ressalvar que só íamos para lá para nos armar, visto que era um lugar extremamente iluminado. Éramos uns borrados do pior, admito. Com o passar do tempo deixamos de ser o único grupo a celebrar desta forma e fomos perdendo território de doces para aqueles que iam mais cedo que nós. Virámo-nos então para os bailes de Halloween. Tínhamos que usar o estatuto de membros da associação de estudantes para alguma coisa. O que mais me deixava em pulgas era a parte da decoração. Desde teias e aranhas gigantes, a sangue groselha em copos, a gomas em formas de olhos e dentes, a máscaras de cartolina, a toneladas de gel e spray nos cabelos, a maquilhagens que mais parecia que estávamos a sofrer de hipoglicémia, eu era mesmo feliz com toda a parte de pensar e fazer acontecer esta festa. E é por me ter divertido tanto, que incuto isso nos meus descendentes. Já o fiz com a minha irmã e agora com os meus primos. No sábado passado sim, por vezes temos que antecipar as festas fomos todos arranjar vestimentas a rigor e, depois de devidamente equipados, fizemos um lanche monstruoso. Após solicitação das crianças para não me esquecer do devido registo fotográfico, ainda fizemos uns ditados e umas partidas de Wii e, no fim, foi vê-los deslocarem-se para casa com um sorriso de satisfação no rosto e cansados por terem sido crianças, cuja única preocupação era experimentar a felicidade. Assim vale a pena, seja qual for o motivo da comemoração.

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