terça-feira, 28 de janeiro de 2014


O Rui Pedro nasceu no mesmo ano que eu. Portanto, somos da mesma idade. Lembro-me várias vezes da história do Rui Pedro, do seu rosto, e de como toda a história me amedrontou e me fez ser duplamente desconfiada com carrinhas que andavam devagar ao pé da escola e ainda mais desconfiada com desconhecidos que olhavam muito insistentemente. Lembro-me dos meus pais colados à TV, a disfarçar as lágrimas que teimavam em cair. Lembro-me de ir tantas vezes para a cama pedir que ele aparecesse e que isso nunca me acontecesse a mim, à minha irmã, aos meus primos ou aos meus amigos. Doía muito pensar em não saber de alguém que nos é querido. Hoje, com a idade que o Rui Pedro terá (ou teria, sei lá eu!) olho para esta mãe e percebo, cada vez melhor, o que é isso do amor incondicional. Ela não pode desistir de um dos seus, ninguém lhe pode pedir isso. Ainda por cima FILHO, gerado no seu ventre, sangue do seu sangue, com uma série de sonhos que ela criou para o mesmo. Se porventura houvesse uma explicação mais concreta que levasse esta mãe a, finalmente, fazer o luto... mas não há. E é isso que a consome. É isso que a faz manter acesa aquela esperança, que é a única coisa que lhe resta. Por isso partilho o seu vídeo que é um pedido de ajuda, uma tentativa de voltar a sensibilizar para esta questão e um apelo a informações que alguém tenha e que ainda não partilhou. Que nunca nos bata à porta um sofrimento atroz deste! 


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