Parece que foi ontem que a tua partida deixou um gosto amargo nas vidas de quem te amava. Numa noite, tudo mudou! Lembro-me de ter contactado contigo umas horas antes, de uma forma entusiasmada. Trocámos comentários no velhinho hi5 e revivemos momentos hilariantes que passámos juntas. Tu foste dormir e eu continuei a estudar até às 7h da manhã. Acordaram-me às 9h com a notícia. Tudo, de repente, se tornou pequeno para a minha presença. Só podia ser engano, vindo a notícia de quem veio. Até que a minha mãe, em pânico, teve que a confirmar. Estava sozinha, desliguei o telefone em choque e sentei-me na cama. Corri para a varanda. Do alto daquele 6º andar olhava o mundo debaixo dos meus pés e questionava-me o porquê. Nada fazia sentido mas, o vento, sempre me ajudou a acalmar. Fui fazer o exame e o meu mundo só desabou quando o S da Vaselina Salicilada me lembrou o seu bonito nome: SOFIA! Em tempo algum me importou o que me rodeava. Entrei em modo automático, fiz o que tinha a fazer e saí. Sentei-me nos sofás e chorei, ainda mais compulsivamente. Quando me senti com forças, liguei à minha mãe e disse: Vou para casa! Esqueci as responsabilidades, meti-me no comboio, desliguei do mundo e cheguei. Fui em silêncio até casa e refugiei-me dentro de 4 paredes. Quando foi preciso fui ao seu encontro... e lá estava o sorriso maravilhoso a que sempre nos habituou. O ambiente à sua volta era pesado mas eu só consegui focar a beleza daquela fotografia. Não se pronunciaram nem sons nem outras imagens na minha cabeça. E continua a ser assim. No dia do último adeus escrevi-lhe. Igreja cheia, amigos unidos, muito para lhe dizer. Juntamo-nos num canto e só pedi que me rodeassem. Saiu tudo aquilo que foi pronunciado do alto de um ambão para um mar de gente amiga e inconsolável. Saíram palavras de esperança, alegria e força que transmitiam tudo o que aquela menina sempre nos ensinou a ter.
Tudo culminou com a rosa branca que te ofereci. Ofereci e fiquei como que enebriada pelo vento que voltava a envolver-nos. Tudo foi acalmando ao longo dos tempos... mas jamais passará, jamais me permitirá relembrar de outra maneira que não esta, jamais cairá em esquecimento...
2 comentários:
Beijinho-abracinho-miminho
Nestas alturas nunca sei bem o que dizer.. Às vezes acho que o melhor é mesmo o silêncio. A perda de alguém que nos é muito importante é sempre muito dolorosa.. Mas se deixares a memória dela bem acesa, ela viverá para sempre!
Beijos e muita força!
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