terça-feira, 11 de março de 2014

I'M FEELING THIS #39


(...) Contudo, para a disciplina acontecer, ela tem que ser querida.
Querida, porque tem que ser amável e carinhosa.
Não dá para impor regras estóicas à nossa vida e depois esperar que por milagre vamos cumprindo o que definimos. Temos que nos ir educando gradualmente, com miminhos e humor. Com pequenas rotinas, hábitos subtis e pormenores de fidelidade.
Querida, porque tem que se querer.
Tem que ser algo que se escolhe. Que decidimos livremente fazer. Se for uma imposição exterior, torna-se limitadora e aborrecida. Se for uma escolha livre, uma adesão a um objectivo maior de vida, então aí abre um caminho para a liberdade.
Curiosamente só é capaz da disciplina quem tem amor próprio. Porque a disciplina é um acto de amor. É ser capaz de sacrificar o egoísmo para servir alguma coisa melhor. Sem disciplina, fica-se apenas pelos sentimentos e intenções. A disciplina concretiza em milhares de pequenas acções o amor que procuramos e o amor que desejamos.
Ao viver assim a disciplina – dia a dia, mês a mês, ano a ano – acabamos por tornar natural o que ao início não o era. O que era uma limitação torna-se uma oportunidade. O que era um sacrifício, torna-se uma libertação. O que era uma coisa chata… bem, o que era uma coisa chata, torna-se uma coisa querida. Muito querida.



Sem comentários: