segunda-feira, 23 de setembro de 2013

FACTO #125


(...) Isto eu aprendi: a ansiedade estraga-nos o esquema todo. Quando construímos uma narrativa e tentamos encaixar nela os pedaços de realidade que nos dão jeito, desfocamos a atenção das coisas essenciais. Acontece com o jornalismo, com as viagens e com os cortes de cabelo. E acontece com as relações. Porra, acontece muito com as relações.

Os maiores amores da minha vida nasceram sempre quando menos os esperava e morreram sempre por causa da ansiedade. É trabalho para uma vida inteira, aprender a deixar uma relação fluir. Mas acredito que aquilo que devemos colocar alto é a fasquia da relação que queremos, não a expetativa do que queremos que a relação seja. E, quando conseguimos fazê-lo, é como se vestíssemos um casaco que não usamos há muitos meses e encontrássemos uma nota de vinte paus no bolso. Mas melhor.


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