terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Gosto daqueles dias em que se acorda com uma força interior de mudança. Gosto daqueles dias em que uma viagem de carro para o trabalho é muito mais que percorrer quilómetros, é antes apreciar o que nos rodeia diariamente e nem sempre somos capazes de apreciar. Gosto daqueles dias em que entro na Farmácia a sorrir e que nas veias me corre uma vontade de trabalhar superior à normal. Gosto daqueles dias em que os meus projectos pendentes me tornam à cabeça e me avisam que ando a descuidar-me deles para dar atenção a situações e pessoas que em pouco ou nada me ajudam a avançar. Gosto daqueles dias em que sinto necessidade que os mesmos tenham mais de 24h. Gosto daqueles dias em que reconheço que, mesmo consternada com as cicatrizes que ainda não consegui fechar, me sinto capaz de viver mesmo com elas abertas. Gosto daqueles dias em que me apetece escrever cartas, e-mails ou mensagens, que me apetece ligar às minhas pessoas e agradecer todo o tempo dispensado, todo o carinho dado. Gosto daqueles dias em que não deixo a pressa e o stress diário levar a melhor. Gosto daqueles dias em que preciso de todos e não preciso de ninguém. Gosto daqueles dias em que o sorriso simplesmente brota, fruto do afastamento de tudo o que é humanamente tóxico. Gosto dos dias em que cai sobre mim a certeza de que só quem não quer fazer parte da minha vida é que se mantém fora do meu caminho. Gosto dos dias em que o coração amolece, tornando-se próximo daquilo que um dia já foi, e cresce cá dentro a capacidade de perdão, mesmo tratando-se de coisas imperdoáveis... porque a vida é tão curta. Gosto dos dias em que forço a esquecer e ignorar aqueles actos, pouco bonitos, de jogo e manipulação de sentimentos a que me sujeitaram. Gosto dos dias em que cresce em nós o orgulho por feitos conquistados por aqueles a quem chamamos de amigos/companheiros/família. Gosto dos dias em que sentimos ter tudo o que precisamos. Gosto dos dias em que fazemos olhos cegos e ouvidos moucos à inveja, à tristeza, à cobardia, à perda, ao abandono, à desilusão. Gosto dos dias em que o nosso coração sai das boxes e volta à corrida: mais forte, mais sábio, mais esperançado, mais pleno, mais calmo. Gosto dos dias em que percebemos que nada podem contra nós, a menos que permitamos. Gosto dos dias em que volta a habitar em mim toda a fé de um novo e constante recomeço. Gosto daqueles dias... dias como o de hoje, por exemplo.

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