segunda-feira, 11 de junho de 2012


Simplesmente não dá. Não dá para ser forte e indiferente o tempo todo. Não dá para continuar a fingir que não afecta, que a ausência não mata aos poucos. Dá sim para "tudo correr bem" se se fingir que não existiu, que não existe. Se se continuar a viver, apagando da memória e do coração as esperanças, a dedicação, a entrega e as ambições que nos permitimos a acreditar. 
À medida que se vai tomando consciência de que, afinal das contas, muita coisa que foi dita, sentida e proclamada não passava, meramente, de um forçar de sentimentos, não há muito mais a sentir que desilusão e decepção, a caminho da necessidade de indiferença. Repito... Não há muito mais que se possa sentir! Tolera-se um fim quando reconhecemos veracidade no caminho que foi percorrido. Aprendemos a olhá-lo com carinho e como relíquia. Aprendemos a tratá-lo com a leveza de algo que teve o seu tempo, o seu espaço e a sua acção. Não peçam é isso quando, bem vistas as coisas, o que se pensava verdadeiro, simples, único na leveza com que acontecia, se criava e fortalecia, não era mais que uma ilusão... de uma das partes! 
Quando a solução passa por nos agarrarmos a um ponto fraco, a um momento insano, a um erro cometido para o usarmos como trunfo, de cada vez que sabemos que não temos argumentos plausíveis, mostramos a falta de maturidade e rumo que nos habita. Não condenemos mais a vida pela atitude apática que decidimos ter. 
Não há qualquer necessidade de mostrar a quem não quer ver que a mudança que julgava impossível, aconteceu de facto. Não há necessidade. Como não há necessidade de continuar a ser bode expiatório numa situação que não se quer assumir que foi precipitada. 
Se o retomar da presença servir para plantar a agonia que se carrega no peito, prefere-se a ausência. Lá, longe. Porque a mudança que existiu não permite, nem de longe nem de perto, sentimentos de ruína. 

Não preciso que me voltes a descobrir. Aliás, até é um favor que te faço.

1 comentário:

Cátia Lima disse...

Amiga vou roubar o primeiro parágrafo...nada descreve melhor "isto que sinto"...obrigada***