terça-feira, 22 de março de 2011




Quando nasci, o senhor Artur tinha 67 anos. Uma vida, portanto. Quando comecei a "usar o cérebro" para coisas como a cultura, mais ou menos por volta dos 16 anos, lembro-me de associar o senhor Artur ao teatro e à televisão. Hoje, com 24 anos, associo-o também a relatos de futebol que ouvia no banco traseiro do primeiro carro do meu pai, aos domingos à tarde. Mas, mais importante do que estas associações todas, é aquela que me trouxe o auge da felicidade infantil... Lembro-me de argumentar com uma idosa, amiga da minha avó, o facto do pai natal existir. Ela quebrou o meu feitiço de criança aos 7 anos e eu, não me fazendo rogada, respondi-lhe com toda a arrogância que me era permitida, com uma revista cor-de-rosa na mão e a apontar para a foto do senhor Artur: "Então quem é este senhor?! Tem barbas brancas, tem uma barriga grande e sempre que está com meninos e meninas eles sorriem muito. Só falta o fato, vê?! O pai natal existe!"

E é por causa de todas estas recordações que hoje, 22 de Março de 2011, sinto um certo vazio com a perda do senhor Artur. Nunca o conheci pessoalmente, é um facto, mas o ar de avô com que sempre me presenteou faz-me pensar nele com a ternura de uma neta!


Até sempre senhor Artur!*

4 comentários:

alexandra disse...

Um grande senhor, merece ser recordado por todos nós!

Anónimo disse...

Uma grande perda sem dúvida.

Cecília Fernandes Vigário disse...

Things... sem dúvida um exemplo a seguir :)

Cecília Fernandes Vigário disse...

Lu!... uma GRANDIOSA perda! Ainda bem que viveu, no verdadeiro sentido da palavra! :)