segunda-feira, 23 de junho de 2014


Doeu-me a alma com aqueles 4 espetados a seco pela Alemanha, numa perdição que ainda hoje não compreendo. Dói-me a alma porque dependemos de terceiros e de uma vitória por muitos. É muita matemática e eu sou mais de letras. Dói-me a alma porque eu gosto desta modalidade. Lembro-me do "sofrimento" de 2004 e de 2006, a garra e o aprender a defender com honra as cores de uma nação. Dói-me a alma porque não lhes saboreei a força. Tudo o que podia correr mal, correu ainda pior. Estas lutas e disputas por um lugar ao sol, em que um país se une para tentar erguer ao céu o seu bom nome, dão-me prazer... e dói-me ter que abandonar já parece-me, e desta forma tão estúpida, as caras pintadas, os cachecóis e as bandeiras ao peito, as lágrimas de emoção e a esperança no coração. Queria mais, muito mais e, tendo que sucumbir ao pessimismo que a razão me oferece, não estou em crer que consigamos muito mais tempo de antena. Dói ter na alma mais certezas desastrosas que esperanças sonhadoras. Sinto que estamos em fase terminal e que só nos adiaram a morte... mas pode ser que o espírito hollywoodesco nos sopre a favor, que optimize o impossível e que, numa jornada de inspiração surreal, façamos o mundo acreditar que "tudo é possível a quem crê". Se eu mandasse na história, era isto que aconteceria. Mas temos 2 países que se aliarão para chegar mais longe, disso não duvido, não se preocupando minimamente em nos favorecer. Há erros crassos que teimamos em não aprender com eles: deixar na mão de terceiros o nosso destino. E, ironicamente, estamos dependentes, em duas grandes áreas, do mesmo. Dói-me a alma. Se dói. Mas o amor ao meu país, o orgulho no mesmo e o potencial que lhe vejo, tantas vezes mal aproveitado, não me faz desistir dele. Tive a mesma atitude com o Benfica e foi o que se constatou. A mim ensinaram-me a amar na vitória e na derrota, na saúde e na doença, no bom e no mau desta vida. E isso aplica-se a tudo. Doem-me os sentimentos mas a vida continua, com sorrisos e humor, porque de outra forma seria demasiado penoso... esperando, pacientemente, dias e emoções que façam justiça ao verdadeiro fado glorioso que merecemos. Acorda meu Portugal!

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