domingo, 22 de dezembro de 2013


Porque haverei eu de esconder a calma que a tua turbulência me traz? Porque haverei eu de renegar o bem maldoso que me fazes à alma impura? Porque haveremos de parar o que queremos avançar? Saio em defesa da loucura insana que cometemos. Saio em defesa do risco que corremos em optar pelo que sabemos que não será o melhor para cada um. Parecemos doidos, ou até mesmo doentes, mas o sabor que degustamos dessas experiências é viciante. Sim, viciante, porque não me pressionas o tempo, não me infernizas os dias, não me bloqueias o ser... aliás, estimulas-me! Fazemo-nos longe enquanto ainda não podemos ser perto... para tocarmos a nossa presença quando não a podemos mais calar. Apetecemo-nos, sem obrigações castradoras. Queremo-nos com o sôfrego de quem deseja diariamente mas que só transmite pontualmente. Não há razão que explique a mesmice de momentos tão diferentes, espaçados por horas que se tornam dias, que se tornam meses. Não é lógico... como não é lógica qualquer tentativa de entendimento da libertação e da plenitude que se sente em algo que sabemos errado, condenado, impossibilitado. Haverá, com certeza, outras maneiras de entendimento. Esta é a nossa. Completamente desajustada. Verdadeiramente NOSsa.