quinta-feira, 7 de março de 2013


Pela primeira vez na semana tenho uma noite para mim. Podia aproveitar a casa vazia para ajuntamentos de amigos e sessões de cinema. Podia aproveitar para ligar a Wii, chamar a minha irmã e dar treino ao corpo até perder mais calorias do que aquelas que ingeri. Podia pegar no telefone, fazer a tal chamada mas não me apetece ser rejeitada esta noite. Podia ligar o Skype e originar conversas que dão dores de barriga, tal é o fartote de riso. Podia iniciar um projecto que há muito venho a magicar. Podia ter ido conferir material para a actividade de amanhã. Podia tanta coisa. E tudo o que mencionei em cima implica partir de mim uma dedicação para com terceiros. Hoje, tal é o gosto requintado e saboroso do silêncio, não o vou trocar nem quebrar. Hoje poderia ser o dia em que, tendo as condições propícias para resolver certos assuntos pendentes, vou ignorar. Poucos são os momentos em que a vida me pede calma. Hoje ela é-me oferecida e eu, como nova egoísta que sou, vou aproveitar. Já é tempo dos terceiros virarem primeiros, já é tempo de, também eles, desencadearem acções, um dia que seja. Hoje é o dia. Ou não. E amanhã estará tudo na mesma. Ou não.

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