Conseguimos nós adoptar as soluções que damos aos outros para problemas idênticos? Creio que não. Quando nos toca a nós queremos ser ou só racionais, ou só sentimentais. Acontece que entramos em choque. Entramos num conflito interior que nos vai corroendo ao longo do tempo e que em certa altura deita abaixo o nosso escudo, as muralhas que erguemos para nos protegermos. E aí ficamos frágeis, vulneráveis e um pouco desorientados. Queremos parar para pensar e não nos é permitido, uma vez que o sentimento teima em impor-se. Queremos parar para somente sentir e eis que vem a razão colocar mil e uma entraves. Não há espaço para o meio termo, ou então, neste momento, não consigo encontrar esse meio termo. São medos antigos, são vontades de arriscar, são fantasmas de desilusões, são necessidades de voar... É um turbilhão de sentimentos. É sempre mais fácil arriscar quando sentimos que do outro lado existe um porto seguro. Mesmo que não seja perto, a crença de que ele lá está e que vamos triunfar no final quando lá chegarmos é motivo suficiente para arriscar. Só que é isso que tem faltado. A percepção desse porto seguro. Está, porém, um nevoeiro danado. Nada é nítido. O que irei encontrar a seguir é uma incógnita e tenho medo. Tenho medo e afasto-me.
Fascinante
Há 3 horas
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