segunda-feira, 25 de março de 2013


|A propósito da Páscoa.| 
O mais importante está, todavia, no que aconteceu na própria cruz. No momento em que é excluído da vida, Ele oferece futuro aos que lhe dão a morte. Ele morre com o mundo vivo no seu coração.

Esta citação, de Frei Bento, refere-se a Jesus. Mas, se nos esquecermos disso, ela acaba por falar de nós também. Quantas vezes não fomos já excluídos da vida de alguém injustamente? Quantas vezes não oferecemos nós um futuro àqueles que hoje já não caminham a nosso lado? Quantas vezes não fixamos um coração desfeito para acabarmos com o nosso mais desarranjado? Quantas vezes não morremos nós na alma quando transportamos no coração o mundo vivo de quem perdemos? 

É esta humanidade que a religião nos oferece, na figura de Jesus, que tantas vezes teimamos em não ver, em não perceber. Na história de vida de cada um há uma cruz que transportamos com mais ou menos esforço. Tantas vezes somos mortos por actos mais ou menos irreflectidos que outro semelhante nos inflige. No entanto, o amor que lhes temos justifica, aos nossos olhos e nessa altura, a razão para tal. Se nada mais pudermos obter de situações penosas, ao menos que não percamos a esperança na mudança que, com toda a certeza, tivemos responsabilidade na vida de outros. Há de ser o bastante. 

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