Todos, ou quase todos, lemos este livro nas nossas infâncias/adolescência/início de idade adulta. Lembro-me, como se fosse hoje, de ter descoberto primeiro o filme e só depois o livro. E acho que essa foi a única vez que estive à beira do vómito causado pela realidade nua e e crua da vida. Christiane era uma junkie de Berlim que, na altura, tinha a mesma idade que eu. 13 anos. A RTP2 nunca foi proibida lá em casa, como é óbvio, e eu achava por bem ver filmes que não eram para a minha idade. Não bastante, ainda adquiri o livro e deparei-me, mais uma vez, com toda uma realidade de situações demasiado brutas e sinistras para a chamada infância/adolescência que ultrapassava. Lembro-me de ter dito a mim própria que aquele livro era uma espécie de exemplo para o que não devia seguir, custasse o que custasse a vida. O que é certo é que a mesma estava virada do avesso na altura e o livro nunca saiu da minha mesa de cabeceira. Agora com 51 anos, Christiane vai lançar um novo livro, intitulado A minha segunda vida e eu estou seriamente tentada a ler. Estou curiosa para saber como sobreviveu até aos dias que correm, visto que não deixou os vícios de outrora. Estou tentada porque desenvolvi uma preocupação e uma necessidade de protecção perante uma personagem que poderia ser um qualquer amigo meu. E quero receber novidades de Christiane. Quero mesmo.
Nas muralhas da cidade
Há 18 horas
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