sexta-feira, 17 de agosto de 2012


Eu ainda tenho tanto que crescer, tanto que melhorar, tanto que aprender. Eu ainda tenho tanto que perdoar, tanto que desligar, tanto que esquecer. Eu ainda tenho que reencontrar a humildade que me abandonou, tenho que expulsar a amargura que me habitou, tenho que analisar, mais e melhor, os sinais, os pormenores, os sentimentos, as atitudes. Eu ainda tenho tanto trabalho pela frente, vida. Que haja sempre a força necessária para não desistir. E olha que ontem quase que foi um desses dias. E não me orgulho. Mas hoje... hoje é um novo dia! Respira-se outras vidas que nos pedem auxílio, assiste-se a lágrimas partilhadas, recebe-se sorrisos e gratidão de quem nos confia a vida. Porra, tanta responsabilidade em mãos e o coração teima em ficar preso à dor que tenta ignorar, à pessoa que não quer ficar, que não quer sequer fazer parte dessa luta diária. Tantos sorrisos que passam ao lado, tantos abraços ignorados na sua essência, tantas palavras às quais não é dado o devido valor. Tudo porque a dor cega, ensurdece e estupidifica. Mas hoje... hoje é um dia como outro qualquer, cuja única diferença passa pelo assumir a falta de domínio da arte do esconder, do ignorar, do fingir. Mata-nos. Destrói-nos. Torna-nos maus. Mesquinhos. Intolerantes. Tristes. Frustrados. Menos pessoa. E eu quero ser pessoa inteira. Quero ser o oposto daquilo que a mágoa me tornou. Nem que para isso tenha que assumir que ainda me corres nas veias. Nem que tenha que tolerar a humilhação que essa situação me faz sentir. Nem que tenha que me sentir otária. Porque perder qualidades e princípios é muito pior que isto tudo... é quase como perder a dignidade. E eu isso, pelo respeito que me tenho, não posso permitir.

Vida, vamos lá tornar isto um pouco mais belo.
Mãos à obra!


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