Porque agora tudo é mais claro. Nada que já não se soubesse há um ano. Nada de novo se descobriu. Pecou por ser tardio. Evitava-se muito do sofrimento e das horas de sono perdidas se tudo ficasse assumido um pouco mais cedo. E, mais uma vez, não me enganei. Isto de começar a acertar sempre no desenrolar das histórias começa a cansar o coração. Continuo a afirmar que eu não merecia o triste desenrolar da situação. Continuo a achar que gostar demais, nos dias que correm, começa a ser um crime. Dá-me uma certa pena e tristeza constatar que há pessoas que têm poderes sobre outras, assim ao ponto de interferir nas suas decisões de vida. Mas também custa ver que não há forças para combater isso. Hoje de manhã, o tempo foi caprichoso e surpreendeu-nos bem. Foi só preciso perceber o sinal e refazer a marcha. Foi só preciso uma visão, mesmo que rápida, da tua pessoa para perceber que algo não estava bem. E não estava. Lágrimas que custaram a rever. A sério que custou. Posso ser muito revoltada quando estou magoada, procurando o afastamento para a zona de conforto mas, a preocupação demonstrada é sempre verdadeira. Pudesse eu salvar-te e faria-o. Mesmo depois de tudo o que passei. Mas não posso. Aliás, ninguém pode. E ficamos por aqui, com quase tudo entregue. Mais um passo rumo à ruptura. Espero, do fundo do meu coração, que vás à estrutura abalada e retires de lá forças para construir o marco histórico na vida não só do teu amigo mas de alguém mais especial. E espero ainda que, no dia que descobrires o verdadeiro valor que tens, o possas partilhar sem medos, sem jogos, sem angústias. Como ironicamente o tempo refez uma situação passada, mudando as personagens, se houver alguma altura que um de nós precise do outro, ele encarregar-se-á de nos colocar frente a frente, quiçá numa estrada, quiçá à beira-mar, quiçá no meio da multidão. Tenho a certeza. E sim, continuo magoada e triste mas tenho que aceitar que na luta que travamos juntos não fomos fortes o suficiente para vencer. Podíamos ter tentado mais e melhor, podíamos. Mas não o fizemos. Conheço-me perfeitamente para saber que serei sempre um ser preocupado com o teu ser. Mesmo longe, porque tenho esse terrível defeito de precisar garantir que continuas, quanto muito, a sobreviver. Afinal não estávamos preparados para mais sete meses, para mais sete anos. Quebrámos logo aos sete dias após a promessa. Mas é disto que nos esquecemos vezes sem conta: a vida é um eterno plano, feito dia após dia, com perdas e ganhos, que pode ser invertido as vezes que quisermos, rumo à meta que pretendemos alcançar. Lá está: caso queiramos! E assim, depois do dia de hoje, seguiremos novo caminho não é? Que encontres nele a felicidade que precisas. Guardarei o nosso sorriso. Ele era bonito junto. E lembra-te que dia é hoje: 19 de Agosto de 2012, o dia em que, através de uma carta, deixei voar um amor aprisionado.
|Agora sim, o triste adeus que tanto teimaste em proclamar... infelizmente!*|