Há 8 anos, no dia de ontem, o meu avô faleceu. Há 72 anos, no dia de hoje, o meu avô nasceu. Se fizerem bem as contas podem constatar que ele morreu antes de fazer 65 anos, como sempre disse que aconteceria. Ainda estou na dúvida se o encaro como vidente ou, somente, como prova viva de que aquilo que queremos e dizemos com convicção, na maior parte das vezes, tem muita força e acontece. Já perdi anos demais a magoar-me com a perda que me foi imposta há 8 anos. Ninguém digere uma falta repentina em meia dúzia de meses. Aliás, passaram 8 anos e para mim é tão presente como se tivesse acontecido há horas. Mas, como estava a dizer, já perdi tempo demais a centrar-me no acontecimento que mo roubou. Este ano decidi centrar-me no acontecimento que mo ofereceu. Com a vida dele a desabrochar em 1942, iniciava-se todo o processo que me iria originar a mim, 45 anos depois. Este ano deixei o dia 4 de Maio continuar a ser o dia em que a minha amiga Mónica nasceu e hoje, dia 5 de Maio, o dia em que o mundo, o meu pequeno grande mundo, deve celebrar a vida que o meu avô João teve e honrou. Deixemos a morte de lado e celebremos a vida, mesmo que esta já tenha deixado de existir fisicamente... porque dentro de mim está tão presente como de todas as vezes que tive a oportunidade de a partilhar com ele! E é por todos aqueles que nos valorizam, que nos amam, que nos aguentam e lutam a nosso lado que vale a pena celebrar sempre a vida... mesmo que seja de um ponto de vista diferente! Onde quer que estejas, não te esqueças de quem fomos... e somos!