(...) As pessoas que me morrem são as que me chegam com prazo de validade, pessoas com as quais eu já sei que vou ter história breve (...) Quando as pessoas me morrem não lhes sinto a falta, não lembro momentos bons, não recordo cafés, jantares, saídas, nada. (...) O meu amor é defeituoso: posso amar muito, mas gasto tudo muito rápido. Não sei deixar um bocadinho para amanhã, não sei amar incondicionalmente, não sei levar no focinho e dar a outra bochecha, não sei aceitar sem compreender. Não sei dar o braço a torcer quando entendo que não é o meu que deve torcer. Não sei voltar quando me deixaram ir. Não sei ser boa quando me querem má. Há pessoas que me morrem e escolhi o meu blogue para me ver livre das suas cinzas porque são pessoas que continuam a saber de mim desta maneira, tão pequenina e traquina. Cobardemente, invadem-me a pseudo privacidade que aqui tenho, para me lerem a alma, para saberem de mim, quando na vida real, na que interessa, fingem que não querem. E é quando me morrem mais um bocadinho, quando eu pensava que tal já não fosse possível. (...)
Do que estás à espera, Putin?
Há 22 horas
1 comentário:
Percebo tão bem este texto...Obrigada!
Bjs
Maria
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