Foi um aniversário diferente mas marcante. Quis o destino e a Associação de Carnaval de Estarreja esticar o mesmo até ao dia dos meus anos. Admito que fazer anos em plenos festejos de Carnaval tem outro encanto. Estou mal habituada,é um facto. Acabei por ter um fim de semana de folga, utilizado todo para os demais que me habitam os dias. Decidi regressar ao blogue, decidi polvilhar a minha vida de trevos da sorte. Assisti à alegria carnavalesca envolta em plumas, rindo com aqueles que desfilavam e, com intenção, me inundavam com a sua alegria, com os seus sorrisos, com o seu carinho. Povoei uma mesa para 10 com 9 magníficos guerreiros humanos, cada um detentor de um pedaço daquilo que sou. Acabamos a noite a partilhar a sorte de um trevo doce, recheado de morangos, chantily e kiwi, enquanto brindávamos à felicidade e ao sucesso. Sucederam-se os abraços sentidos, as prendas lindíssimas, as músicas dedicadas, a repetição dos abraços, as palavras ditas nos olhos, a alma acarinhada, a protecção garantida em tempos de crise. O telemóvel tocava às vezes, ora com mensagens deliciosas, ora com vozes telefónicas que causaram saudades. Houve quem fizesse um esforço para entrar em contacto comigo, visto que não tinham meios para tal, houve quem se esquecesse porque o facebook não avisou, houve quem se lembrou e eu não estava à espera, houve quem esperei que se lembrasse e não se lembrou, houve quem se sentisse pessimamente por se ter esquecido. Os 25+1 chegaram de mansinho, num ambiente intimista e resguardado para aqueles que teimam em permanecer. Obriguei-me a regressar ao tempo em que o contacto directo é mais importante que a facilidade virtual. Para o meu bem, para o bem das relações inter-pessoais. Para o amadurecimento dos nossos seres. Estamos a perder qualidades, de ano para ano, no que toca ao relacionamento. Tornamo-nos medrosos e completamente ausentes de capacidade para expressarmos o que sentimos pelo outro. Decidi dar uma volta nisso. Porque a crise pode atingir muitos patamares da minha vida, só não permitirei que me empobreça os valores, a dedicação, a disponibilidade, os sentimentos. Tratarei de, devidamente acompanhada, tornar estes 25+1 num rico ano de ligações pessoais. Haverá lá coisa melhor? Quiçá não descubro que afinal, até eu, sou uma pessoa de relações!