Os valores não mudam, as ambições muito menos. O que muda é a compreensão que é oferecida. Hoje em dia, por este lado, ouve-se mais do que se fala. Dá-se a oportunidade ao outro para relatar a sua forma de ver o mundo, de viver. Nem sempre essa visão encaixa na nossa mas há um esforço para, pelo menos, entender os términos em que se baseia. O julgamento continua a não existir e descobre-se que, no meio de ideologias tão diferentes da nossa, há sempre um ensinamento, uma experiência a reter, se optarmos pelo simples acto de escutar. Estou a gostar dos seres que o mundo adiciona à minha vida. Vou gostando de os descobrir. Faz-me sentir viva. Viva e agradecida pela mudança a que me sujeitam. Humildemente, vou adaptando a minha forma de ser, a minha forma de estar, a minha forma de sentir, a minha forma de dar. Humildemente, vou dando hipótese ao diferente de se instalar e, quiçá, alterar o quotidiano. Humildemente, vou cedendo ao novo, como catalisador da mudança que procuro alcançar. Se continuar a cometer os mesmos erros mas de formas diferentes não ando para a frente, nada está a mudar. Há que arriscar fugir a atitudes, pensamentos e acções viciados. Há que arriscar pelo simples facto de acreditar que, do lado em que nos encontramos, pouco ou nada já há para nos fazer crescer, para nos engrandecer, para nos tornar mais felizes. Levaremos então, aquilo que somos de melhor, o que nos caracteriza e identifica como únicos, num novo caminho. Já dizia o sábio que Deus não nos tira nada, antes livra-nos do que em nada nos acrescenta.